Venho por este meio mostrar o meu desagrado e total desacordo sobre o aumento do valor dos passes da RL. Além do mais venho fazer ver á direção da RL e aos orgãos decisores da empresa que existem pessoas que estão atentas ao que se passa, existem pessoas – nas quais me incluo – que não se deixam enganar por esquemas e falácias, por mais bem montadas que estas sejam. Ao passo que parece existirem pessoas que se aproveitam do poder estratégico que temporariamente têm, para urdir esquemas falaciosos, com vista a enganar um povo que como se sabe está cada vez mais cansado, triste, deprimido... Na minha visão a direcção da RL passa a estar, por direito próprio e adquirido, na lista de pessoas e organismos non gratas ao povo Português!
O esquema do passe único a 33,50€ (que passará em Março para 35€) Querem fazer passar ás pessoas que o facto de agora o passe ser de preço único e dar para toda a rede da RL é vantajoso para o cliente. Isso é uma mentira! Pois o que se observa na prática é que houve diminuição do numero de camionetas, especialemente ao fim de semana, onde certas carreiras deixaram simplesmente de circular, entre outras coisas... Mas vamos lá desmontar mais atentamente o esquema... As pessoas que só precisavam de ir de Odivelas a Caneças, por exemplo agora têm que pagar mais (!). Ao passo que as pessoas que faziam persursos longos pagam um pouco menos, não muito. Mas o que acontece é que a diferença de pessoas que fazem percursos longos e as que fazem percursos curtos, é grande... as que compram passes para percursos longos são muito menos! Quem sai a ganhar? A Rodoviária, claro! Redução de pessoal...
Mas esta gente pensa em grande, não se ficaram por aí... Agora deixa de ser precisa tanta fiscalização, pelo menos ao que ás zonas diz respeito, já não têm de se preocupar com isso. O que faz com que eventualemte reduzam pessoal da revisão, o que é dizer talvez que haja despedimentos. Pelo menos 2 coelhos de uma cajada mataram eles: Aumentaram os passes e reduziram revisores. Mas tenham paciência que a equação ainda não chegou ao fim... Pelo menos temos mais uma variante...
Redução do numero de Camionetas a circular!
O que se verifica na prática é a diminuição do numero de camionetas a circular. E além disso algumas delas foram suprimidas ao fim-de-semana. Aqui na minha zona temos o caso concreto da carreira 213, que circula enter Caneças e o Sr. Roubado, via Odivelas park (Agora strada outlet). No poupar é que está o ganho! Poupam no pessoal que terão que despedir, poupam nas carreiras que suprimiram e ganham no novo modelo, ardilosamente montado, de passes sociáis.
E o burro sou eu?!?
E no meio de tantas contas esta gente quer, confundir-nos e enganar-nos! Essa é a real motivação deles: tirar proveito monetário da situação, enganar o povo, confundir-nos e roubar-nos. Pessoalmente quando vi este aumento e me dei conta das alterações o que fiz foi perguntar se esta gente acha que eu sou parvo? Por este andar o serviço público dos transportes passará a ser como andar de limusina: muito raro e muito caro. O que o povo tem que ter em mente ter a plena consciência de quais são os organismos estratégicos, e por isso fundamentáis para uma vida digna em sociedade, e questionar-mo-nos se esses serviços estão a ser postos ao serviço dos mais fracos ou dos mais fortes. È o povo quem tem o poder, é o povo que interessa, é o povo que decide. É defender os mais fracos que dá sentido á vida, e não engordar ainda mais quem não precisa. Um sociedade justa é um sociedade em pleno equilibrio, é uma sociedade que questiona, que debate, que mostra o seu desagrado, que participa.
Que fazer?
Isso eu deixo á consciência de cada um... Podem-se organizar numerosas iniciativas, mas o principal é participar, reclamar, mostrar que estamos atentos, que não somos estúpidos. Mostrar que estamos de vigia. Pois todo ladrão fica embaraçado quando é descoberto!
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
A revelação do Eucalipto
Este texto não trata sobre a revelação do Apocalipse, um dos mais misteriosos livros da biblia, mas nem por isso deixa de ser importante... Esta é a revelação do Eucalipto! Este é o texto escrito por alguém que ama a natureza, ama a agricultura natural e segue com muita perserverança e atenção os ensinamentos deixados por um eminente filósofo e naturista japonês – já falecido - de seu nome Masanobu Fukuoka. Esse alguém intui, como cada vez mais pessoas pertencentes á nova geração, que o futuro passa por um regresso á natureza, um regresso ao campo, um regresso á simplicidade de onde outrora todos saímos. E esse regresso á fonte faz-se ao que parece, para que possamos resgatar os valores essenciáis que nos permitam poder avançar, sutentavelmente, como civilização e como pessoas. Esse alguém decidiu construir uma cabana e realizar um projecto pessoal de agrofloresta no meio de um eucaliptal. E foi em meio dessa aventura que a revelação se deu...
Há vida para lá do Eucaliptal?
O que equivale a perguntar se há vida dentro do Eucaliptal! E a resposta é: Há... mas não muita!
Uma floresta de eucaliptos não é um sitio de muito vigor vital... Percebe-se isso passado pouco tempo. Existe vida, existem passáros que cantam, existem alguns ninhos (muito poucos), corujas que diurnam por ali e pequenos roedores que lhes servem de presa. Existem corvos que passam, tintilhões, melros e milhafres que também por ali caçam. Ao nivel do solo tem-se essencialmente silvas e fetos, algumas trepadeiras, heras, giestas, etc. No entanto á medida que as árvores crescem e retiram luz ao solo, as hipóteses diminuem para apenas uns fetos, silvas e fungos. Há vida dentro do eucaliptal? Há, mas pouca...
A diversidade autóctone de fauna e flora da nossa região ainda não deram de todo as boas vindas a este hóspede inesperado, o eucalitpo. E o próprio solo onde o eucalipto é cultivado, e ao qual muito poucos ligam, parece estar ainda a encontrar um equilibrio, uma maneira de interligação entre esta árvore e as espécies locáis. Como devem saber, o solo, a sua acidez ou basicidade altera-se conforme as espécies que são cultivadas. E encontrar uma harmonia entre culturas ácidas e básicas de modo a manter um ph neutro é sempre bom para o meio ambiente. O solo a bem dizer é o anfitrião das culturas que recebe, e é o solo, qual bom anfitrião que harmoniza e encontra equilibrios e elos de ligação entre as várias espécies de vida vegetal.
No eucaliptal onde desenvolvo o meu projecto, rapidamente se nota que as aves não elegem o eucalipto como habitat onde possam fazer nidificação. O eucalipto, derivado ao facto de ter muito pouca ramagem lateral, não serve para esse propósito. Elegem elas com muito mais preferência os sobreiros e os carvalhos para a nidificação. Mesmo apesar destes ultimos estarem abafados pelo crescimento muito mais rápido do eucalipto que inibe o seu crescimento, pois retira-lhes o alimento e a água, altera-lhes a acidez do solo e priva-os da luz. Além disso o recorte longitudinal das árvores da região é muito mais rico e apresenta muito mais possibilidades de camuflagem e de conforto, presumo, para as aves locáis. Ao que parece as folhas em forma de crescente lunar do eucalipto permanecem um mistério para todas as espécies de fauna aqui da região; pois até agora não sabem que uso lhes dar – são intragáveis! E não servem para a construção de ninhos. Apesar de tudo, tenho fé na inteligência dos animáis, algum dia descobrirão e darão uso aos recursos apresentados pelo eucalipto.
Ao nivel do solo, com toda a sua miríade de vida microscópica, nem os fungos parecem ter ainda encontrado maneira de lidar com a madeira dos eucaliptos tombados ou das sobras do corte industrial. Na verdade a madeira de eucalipto demora muito mais vezes a apodrecer e a ser decomposta pelo solo, em comparação á madeira das outras árvores autóctones. Pessoalmente tirei vantagem disso, pois cravo directamente no solo, as toras de eucalipto que servem de base na cosntrução das cabanas e abrigos no meu projecto paralelo de ecoconstrução.
Por todas as razões anteriormente apresentadas, a floresta de Eucalipto não encaixa nunca num sistema de "floresta de alimentos". As florestas autóctones sempre foram florestas de alimentos, pois sempre representaram oportunidades de alimento tanto para humanos como para animáis. Bolotas, castanhas, amoras, raizes das mais diversas, nogueiras, framboesas, figos, ameixas, cerejas etc. Sempre foram os produtos generosos da mãe natureza oferecidos ao homem e aos outros seres animáis. È dizer as espécies autoctones por estarem em equilibrio com o clima, o solo e entre elas, sempre representaram uma possibilidade alimentar básica. É certo que algumas espécies foram trazidas de fora para a nossa região, no entanto a natureza e a sabedoria do homem conseguiram harmonizar e prever essa harmonização ao nosso clima, solo e biodiversidade. Além disso o critério foi na maior parte das vezes ter mais oportunidade de alimentos e não apenas o enriquecimento monetário pela produção de papel!
Mas quem é que teve esta ideia...? E qual foi o critério?
É óbvio que toda esta observação leva sempre á pergunta: de onde surgiu a ideia de trazer o eucalipto para Portugal? E qual foi o critério para a implementação do eucalipto no nosso país? Houve estudos nos impactos que teria sobre a fauna e flora local?
A resposta é muito simples. Nisso como em quase todas as politicas levadas a cabo por um sistema decadente e corrupto vergado unicamente aos interesses monetários e a ambições desmedidas de poder; o critério foi o do costume: mais em detrimento de melhor! E mais quê? Perguntar-se-ão... Simples a resposta: Mais e mais lucro, mais e mais dinheiro, o que corresponderia em certa medida a mais e mais poder. Esse foi sempre o critério de quase toda a politica feita pelos governantes, deputados, ministros, presidentes de junta, autarcas, etc., pelo menos desde o 25 de abril para cá. E o povo a bem dizer, e de alguma maneira, também se deixou enganar por promessas vazias e ilusórias.
A cultura do Eucalipto, nos seus primórdios, representaria um vector muito importante para a ecónomia, nomeadamente para a industria de papel em Portugal. Uma vez que como todos sabem o Eucalipto derivado ás suas características fibrosas é a principal matéria-prima dessa industria.
E os estudos ambientáis fizeram-se? Tiveram-se em conta?
Bom, talvez se tenham feito estudos, mas o presente estado das florestas em Portugal, e o facto de vermos demasiada cultura de eucalipto leva-nos a inferir que esses estudos ou não se tiveram em conta; ou manobrou-se a opinião pública com argumentos de prosperidade que a fizeram desresponsabilizar-se das consequências previstas pelos estudos feitos; ou, por ultimo, esses estudos e os seus autores foram "devidamente" silenciados...
O ser humano pensa, erradamente, por comparação. Logo a cultura de Eucalipto ao ver-se como factor de prosperidade, e ao se alienar e desresponsabilizar das consequências, depressa se tornou moda entre o populacho. Uma moda que daria lucro e por isso, ninguém quereria perder. Todos assistimos a isto em maior ou menor grau – a moda de cultivar eucalipto. Certos programas de "reflorestação" foram feitos exclusivamente com esta espécie. Chamavam-lhe de reflorestação, uma palavra bastante generosa, num programa que pretendia combater os estragos causados pelos incêndios, que estranahamente eram cada vez mais numerosos. Enfim, haveria concerteza gente a aproveitar a oportunidade...
Mas, quase tudo na vida, se bem que a princípio tenha dado lucro, no momento actual, e com tanta oferta deu-se a queda dos preços dessa madeira. Mais, no presente estado de coisas, quero dizer, com esta crise, presumo que já não seja tão compensador a venda desta madeira, nem tampouco existem tantas empresas de papel como existiriam antes da crise começar... Sendo assim resta-me concluir que a oferta é muito maior que a procura, e o preço tenha baixado a níveis que talvez não compensem o trabalho. O Eucalipto sobra agora como resquicío de mais uma das nossas ganâncias mal calculadas. E pior, com a necessidade de se voltar outra vez para o campo, e pela necessidade de espaço para o cultivo, o eucalipto começa agora a ver-se como... inimigo.
O Eucalipto, que futuro, que utilidade?
O Eucalipto apesar de muitas das qualidades que possa ter arrisca-se a ser um projecto falhado de uma política agricola e florestal com falta de tacto e talvez guiada por demasiada ganância. À medida que escrevo o que pretendo que seja o ultimo capítulo deste folhetim, chega-me agora a informação atravês de um livro inglês que diz o seguinte: "A árvore (do Eucalipto) foi introduzida na Europa no séc. XIX como uma espécie ornamental, mas desenvolveu certas características que não aparecem no seu lugar nativo. Em particular, o segregamento de substâncias quimicas que envenenam o solo, inibindo o crescimento de outras plantas na área."
Bom... que mais há a dizer...?
No entanto e em jeito de salvar a honra do Eucalipto, devo indicar que se lhe reconhecem distintas qualidades, nomeadamente qualidades medicináis, na produção de óleos homeopáticos e na medicina natural. E derivado ao facto da madeira de Eucalipto ser resistente aos fungos e ao apodrecimento são-lhe reconhecidas distintas possibilidades na arquitectura nomeadamente na construção de casas de madeira.
Apesar de todos os prós e contras acerca desta matéria, só o tempo e a Natureza decidirão se o Eucalipto encontrará o seu nicho e se harmonizará ou não com as outras espécies de flora e fauna do nosso país. Neste momento, e na minha opinião, as possibilidades são muito poucas.
Resta-me dizer, que gostei muito de escrever este texto, fiz este artigo praticamente sem esforço, pois deu-me prazer escrever sobre este tema. Apesar de não ser um técnico pude observar desde um ponto de vista muito próximo toda esta problemática da cultuta do Eucalipto.E á medida que ia escrevendo ia colhendo mais informação por outros meios que apenas confirmaram o que eu observo no Eucaliptal onde desenvolvo um projecto de Agricultura natural e vida sustentável.
Em jeito de reflexão escolho eu terminar com estas palavras:
O homem pode nunca vir a conhecer a natureza, mas pode esmerar-se nas melhores previsões e pelo menos conhecer-se a si mesmo. Tratar mal a natureza é no minimo um sinal de falta de autoconhecimento!
Subscrever:
Mensagens (Atom)